Mãe e
prima da vítima relatam que o a morte de Karina não ficará impune
A jovem
Karina Fonseca da Silva, 17, estudante do 3º ano do Colégio Batista de
Parintins (CBP), faleceu segunda-feira (26), vítima de intoxicação. Segundo
familiares, Karina, a irmã e os avos teriam comido tucumãs supostamente
amadurecidos com ajuda de Carbureto. Os quatro passaram mal e foram conduzidos
para os hospitais da cidade.
A família
informa que a jovem comprou tucumãs na Feira Zezito Assayag na tarde de quinta-
feira (22) e assim que passou mal foi levada ao Hospital Padre Colombo (HPC), e
liberada após atendimento, no dia seguinte, voltou a passar mal e foi conduzida
ao Jofre Cohen.
“A dor é
imensa, uma menina que tinha muitos sonhos, estava morrendo e o médico não
fazia nada. Pelo descaso no atendimento no Jofre Cohen, resolvemos levá-la para
casa. Devido ao estado delicado, a internamos no Padre Colombo, onde minha
prima teve toda a assistência dos médicos e enfermeiros. O coração da Karina
tinha parado de bater na manhã de segunda-feira, mas o médico plantonista,
Romualdo Corrêa, conseguiu reanimar, horas depois ela não resistiu. Quero dizer
a direção do HJC e a quem vendeu o tucumã para minha prima que vamos tomar
providências judiciais”, relata a prima da vítima, Adriana Ribeiro.
Comoção
Emocionada,
a mãe Elis Regina Fonseca, 37, relatou os momentos de sofrimento durante os
dias em que a filha ficou internada. “Foi cruel o que eu passei com a minha
filha no Jofre Cohen. Da última vez que ela entrou em crise fui procurar uma
enfermeira e me deparei com todas dormindo dentro de uma sala, a morte da minha
filha não vai ficar impune”. O velório aconteceu no CBP na terça-feira (27)
onde colegas, amigos e professores fizeram as últimas homenagens e às 17h
ocorreu o enterro no cemitério São José.
Direção
O diretor do HJC, Oswaldo Ferreira, lamenta o falecimento de Karina (foto: Elton Almeida)
O diretor
do HJC, Oswaldo Ferreira, lamenta o falecimento de Karina. “Temos documentos
médicos que podem esclarecer as dúvidas sobre o caso desde que acionem a
direção do hospital ou a secretaria de saúde. A paciente entrou às 15h20 de
sexta-feira (23), com diagnóstico inicial de gastrenterocolite aguda
(diarreia), não houve informação do tucumã, isso foi informação secundária. No
domingo, o médico assistente suspeitou de um quadro de abdômen agudo, e
solicitou a avaliação do cirurgião, mas a família lamentavelmente retirou a
paciente do hospital, às 15h30 de domingo. A direção está à disposição para
qualquer esclarecimento”. O diretor ressalta que virão dois técnicos da
Vigilância em Saúde da Capital do Estado investigar se está havendo
contaminação de produtos nas feiras por Carbureto de Cálcio.
Precaução
Karina teria
comprado os tucumãs com a mãe na Feira Zezita Assayag na tarde de quinta-feira (22)
Após o
fato, a Secretaria de Saúde do município, se mobilizou através da Vigilância em
Saúde, e os agentes saíram em feiras e bancas e recolheram os tucumãs que
encontraram. Um dos agentes que estava na operação revelou que algumas mostras
do produto coletado na Feira Zezito Assayag, serão enviadas a Capital do Estado
para um laboratório especializado em análises clínicas para comprovar ou não, a
contaminação. Ele adiantou que as fiscalizações e coletas das frutas vão continuar
para evitar outros casos. Segundo informações de professionais de saúde do HPC
pelo menos cinco pacientes foram atendidos com o mesmo sintoma.
De acordo
com o químico Samaroni da Silva, o carbureto quando entra em contato com a água
produz o gás acetileno, um gás totalmente inflamável. “É difícil afirmar que o
carbureto tenha provocado a morte dessa jovem sem um laudo técnico do corpo, eu
particularmente desconheço morte de pessoa por carbureto acidentalmente.
Provoca irritação nos olhos, na pele, dependendo da quantidade do que a pessoa
tenha ingerido, mas só um exame toxicológico poderá comprovar”.
Geandro Soares / Ataíde Tenório
Veja também: Jovem morre vítima de intoxicação
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